segunda-feira, 28 de março de 2011

não te escreverei uma carta

Não te escreverei uma carta
por me dizeres ,leitor,
“escreve”.

Sequer escreverei uma carta
para a enviar jamais.

Não escreverei “amor”
no que não tenho
para dizer
dos meus segredos
dos meus "ais" ,
da dor , do calor

coisas que tais...

No sem porquê dos meus actos
há um correio
vagabundo de palavras,
não há factos.

Um carteiro no seu tempo baralhado,
um guiché,um cliché,
tão perdido como achado
na correria do mundo.

Se o receberes
não o abras!

No que leres
o que penso pouco importa.

No momento em que eu o digo
já foi lido,é já ido
nem sei o número da porta...

Chamarei "carta" ao meu destino
que a ti é remetente
sem o ser

pois , como eu,

tu não és nada .

E com esta língua calada
fá-lo-ei , assim mesmo,

acontecer

e colarei
dentro de mim

com a saliva
que me resta

o selo da vida amada

a estampa da imagem de um rei

que a palavra
só me empresta,

mais nada,
mais nada.

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sábado, 5 de março de 2011

simples:

simples é:

um copo de água.

o meu amor.

o meu corpo.

o meu ser.

a minha

tão simples

palavra.

:mas não os tomas assim.

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