sábado, 26 de dezembro de 2009

momento

estou ao pé do fogo e ouço-o crepitar
há um calor que me agarra por dentro
e dá-me colo esta luz lenta
este conforto interior a me embalar.
os teus olhos brilham semi-cerrados
tão perto dos meus
e são nossas as mãos que se tocam à distância
preservadas do frio solitário.
e tudo o que nos separa se derrete em música e em silêncio.
das palavras gastas abdico
e fico-me em poesia sentada
a perna dobrada
a boca calada
eternizando o momento.

passa o vento entre os dedos



braços são caminhos,corredores do peito,
há mãos penduradas no vazio do destino
e passa o vento entre os dedos do desejo.

estranheza

algo desfaz a estranheza
em toques velados
ultrapassa muros
supera a surpresa
vive em seguros desejos criados.

identidade /identity

essa mentira que contas a ti mesmo
sobre a vida,os outros e o mundo
sobre ti e o teu certo papel
não é mais que uma música de fundo,
um mar onde te sentes batel.
the big lye that you tell yourself
about you , life and the world
is nothing more than a sound of an elf,
a great sea where small boats are told.

segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

sweet peace/doce paz



...and so our souls may now rest
from the big waves in our chest
may they become only breeze
of a sweet sound born to please
may they appear in a smile
a minute to fly through a mile
along your body so warm...
just like a peaceful storm....

e assim nossas almas descansem
das grandes ondas do peito
que elas se tornem tão mansas
em torno de um som só perfeito
que elas nos surjam sorriso
percorrendo um paraíso
ao longo de um corpo que arde:
doce paz em tempestade.

palavra ancorada

pesada e leve a palavra
quando ancorada no porto
sem a água que me lavra
a escura terra do corpo
nessa maré não rebenta
no ar a vela não corre...
tudo passa,nada tenta.

terra

cavo-me.cavo-me funda.cavo-me funda na procura.de pá em riste me cavo e observo a terra no ar.cavo-me.cavo-me funda.cavo-me funda na procura.de pá riste me cavo e observo a terra no ar.

pertences

tenho uma ferida dentro da barriga
é literal e dói no natal
tenho também um vazio no peito
levo-o comigo sempre que me deito
tenho uma dor a lembrar-me da vida
que interessa,amor?se é dor antiga...

sei navegar em águas profundas
mas não é meu o mar
nem o barco que afundas

des(encontro)

senti no ar o (des)encontro e recolhi.
a diferença é tão fascinante como a coincidência.
ambas perturbam.