quarta-feira, 3 de agosto de 2011

morada

fugi de um mundo; não perdido, mas encontrado.e é por isso que não estou agora aqui,nem em lado algum. a minha morada é feita de palavras de ar. erectas mas passageiras. que arrumo e desarrumo como se fossem casas de vento.eu habito o vento; procuro refúgio onde há loucura apenas.tal como as casas,às vezes as palavras dão-me a luz das janelas;outras, a escuridão do sossego.outras ainda,portas a bater,corredores do medo.
às vezes dão-me uma cama onde me deixo ser .amor. ou me deito. no cansaço de não ser nada.depois deixo que o vento me revolva os lençóis.me fustigue as vidraças. me bata as portadas. me estremeça. como luz . velas.
ninguém ouve os meus uivos.ninguém ouve o meu vento.deixo que ele me beije e me afague a face deste vosso silêncio. que me derrube, me eleve e me faça rodopiar. Às vezes dançamos uma dança invisivel que me doi, familiar.
E é neste terreno sem terra sagrada que ele me habita.e eu ,eu em ruído,eu tantas vezes em tempestade, eu. calada.
habito-o. 

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sexta-feira, 1 de julho de 2011

erro espacial

aqui de longe
aqui de perto
feito monge
no deserto
cabeça de alfinete
no meio multidão
calculo o erro

mais que certo

de todas as minhas distâncias.

des - tino



não demores.há um passo não dado em cada silêncio negro.uma escuridão corrupta do medo.uma ausência musical.silêncio de pássaros vivos.
não demores.não te mores. nesse telhado vermelho e calado.bem mais negro do que a morte.bem diferente do que é Sorte.






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grafitti

este é o mural da selva urbana em que me solto
num grito silencioso de almas.

grito grafitti defeituoso ,
indiferente às palmas.







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segunda-feira, 28 de março de 2011

não te escreverei uma carta

Não te escreverei uma carta
por me dizeres ,leitor,
“escreve”.

Sequer escreverei uma carta
para a enviar jamais.

Não escreverei “amor”
no que não tenho
para dizer
dos meus segredos
dos meus "ais" ,
da dor , do calor

coisas que tais...

No sem porquê dos meus actos
há um correio
vagabundo de palavras,
não há factos.

Um carteiro no seu tempo baralhado,
um guiché,um cliché,
tão perdido como achado
na correria do mundo.

Se o receberes
não o abras!

No que leres
o que penso pouco importa.

No momento em que eu o digo
já foi lido,é já ido
nem sei o número da porta...

Chamarei "carta" ao meu destino
que a ti é remetente
sem o ser

pois , como eu,

tu não és nada .

E com esta língua calada
fá-lo-ei , assim mesmo,

acontecer

e colarei
dentro de mim

com a saliva
que me resta

o selo da vida amada

a estampa da imagem de um rei

que a palavra
só me empresta,

mais nada,
mais nada.

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sábado, 5 de março de 2011

simples:

simples é:

um copo de água.

o meu amor.

o meu corpo.

o meu ser.

a minha

tão simples

palavra.

:mas não os tomas assim.

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quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

da boca

resgato
do palato
esse sabor
a céu
e registo na memória
que da boca
o que importa
para a história
é o lábio
é a língua
é o sábio bem falar
sem palavra articular
do beijo teu.

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