quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

timing

eis que passa um tempo

depressa
devagar

num tempo
que não tem
tempo
de chegar.

cobrem-se de brancos
cabelos belos e prantos.
plena vida em neve quente.

e no entanto

(absurdo dos absurdos)

não agarras
agora
a eternidade

por não ser hora

em ponteiros turvos.

até já, liberdade

liberdade que respeito
não quero o teu grande peito
todo esmagado em mim

chora pois comigo chora
ou ri nessa hora de glória
abraça o teu mundo assim
e voa muito e sem demora.
perdoa,se me vou
agora
quero a prisão do meu leito
quero o amor,as palavras,
minhas grades e amarras
meu cansaço,meu jardim.

quero

quero
na pedra
na queda
no pó que me come

o sangue da vida

joelho disforme
ardente ferida

segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010

o medo: uma fronteira

ah,meu amor...
como explicar-te o passo?
o que se dá na fronteira
entre a razão e o ser?
de que maneira?
dou-te um abraço.
minha loucura,
meu cansaço,
minha inútil,
inútil,
fogueira...

domingo, 7 de fevereiro de 2010

escolha

consciente dessa tecla
que escolhes não tocar
toda a música se mescla
no silêncio do olhar.

raíz



como falar-te do amor
se é raíz tão presa à terra?
não a vês em forma de dor?

seca num chão sem água
e mirrada se carrega.